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10 Documentários Ambientais para iniciar seu 2017 com mais consciência

Reading Time: 15 minutes

Uma Verdade Inconveniente

Uma Verdade Inconveniente é um documentário de 2006 dirigido por Davis Guggenheim e que conta a história da trajetória do ex-vice presidente dos Estados Unidos, Al Gore, em sua campanha para educar a população sobre os dados e os perigos do aquecimento global.

O interesse de Al Gore por aquecimento global começou muito antes de sua passagem pela Casa Branca, quando fez um curso na Universidade de Harvard com o professor Roger Revelle, um dos primeiros cientistas a medir o dióxido de carbono na atmosfera. Mais tarde, já no Congresso, Gore iniciou a primeira audiência para falar sobre o assunto, em 1981.

Enquanto vice-presidente de Clinton, Gore encabeçou várias iniciativas como a implementação de impostos para emissões de carbono, e diversificação de opções de combustível com menor custo ambiental. Ele também ajudou a intermediar o Protocolo de Kyoto, em 1997, tratado internacional destinado a reduzir as emissões de gases de efeito estufa (tratado cujo próximo presidente, G. Bush, publicamente anunciou ignorar).

No ano de 2000, Al Gore era candidato a presidência dos Estados Unidos e foi derrotado por seu concorrente, George Bush. Foi então que ele decidiu retomar todo o seu foco para suas apresentações sobre aquecimento global, viajando pelos Estados Unidos e pelo mundo palestrando sobre o tópico e se introduzindo, é claro, como “Eu sou Al Gore, eu costumava ser o próximo presidente dos Estados Unidos”.

Não-gratuito, disponível no Google Play e no iTunes


Como Mudar o Mundo

No final da década de sessenta e início dos anos setenta, o momento era de Guerra Fria e guerra no Vietnam e o então presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, estava liderando o Programa de Testes de Armas Nucleares e usando a ilha de Amchitka, no Alaska, para os testes. Dado que em 1964 o Alaska tinha sofrido um desastroso terremoto, a população temia que as bombas poderiam ocasionar mais terremotos e maremotos.

O povo já estava cansado de guerras e o movimento Hippie também se formava, as pessoas queriam viver em paz e harmonia. Um comitê anti-nuclear se formou em Vancouver, no Canadá, para discutir as consequências ambientais e sociais dos testes e de uma eventual guerra nuclear, como apontadas pelo jornalista Bob Hunter.

O grupo de ativismo Não Crie Uma Onda (Don’t Make a Wave) decidiu navegar até a ilha e ser testemunha dos testes nucleares, como forma de protesto. Apesar de não terem tido sucesso por causa do mal tempo para navegar até o local, a notícia se espalhou pelos Estados Unidos e Canadá, e estes ativistas começaram a criar uma legião de fãs. Em um ato singelo de despedida, um dos ativistas faz o símbolo da paz com a mão quando saindo de uma das reuniões do grupo, e outro responde: “Green Peace”.

Esse documentário conta a história de Bob Hunter e a criação da sua ONG, Greenpeace, uma das ONGs mais importantes da história. Desde parar testes nucleares até salvar baleias, é contagiante ver e ouvir as histórias de Bob Hunter e seus aliados.

Disponível em algumas regiões para assinantes do Netflix.


Do the Math

Um dos documentários mais interessantes sobre o grande problema atual da humanidade e que precisa ser atacado a fim de evitar uma desastrosa catástrofe neste planeta: precisamos diminuir o nosso impacto de CO2 na atmosfera.

O climatologista mais importante do nosso tempo, Jim Hansen, colocou sua equipe da NASA para estudar e descobrir o quanto de carbono na atmosfera seria o limite, e este paper se tornou um dos artigos científicos mais importantes do milênio, nos apresentando uma matemática simples: a quantidade de carbono na atmosfera não deve ultrapassar a de 350 partes por milhão para ser compatível com o planeta no qual a civilização se desenvolveu e à qual a vida na Terra é adaptada.

Mas a matemática fica assustadora quando eles nos contam que, então, já haviam na atmosfera 395 partes por milhão de CO2 (hoje já passa de 400), o aumento é de cerca de 2 partes por milhão por ano, e as empresas de combustível fóssil tem 5 vezes mais nas suas reservas, e obviamente a intenção de lucrar em cima disso.

Os polos estão derretendo, a grande camada de gelo do Ártico já foi reduzida em mais da metade; Os oceanos estão cerca de 30% mais ácidos do que eram há 30 anos por causa das mudanças químicas que ocorrem na água do mar quando ela absorve o carbono da atmosfera.

Assista ao documentário para entender mais desta matemática e a saga de Bill McKibben e sua equipe do 350.org para criar um movimento de resistência contra a indústria de combustível fóssil.

Disponível no YouTube e na NetFlix.


Disruption

Disruption também é um documentário realizado pela 350.org, organização que movimenta pessoas para lutar contra o uso e o lucro em cima de combustíveis fósseis.

Este filme mostra as catástrofes que já estão acontecendo ao redor do mundo por causa da nossa desenfreada emissão de carbono na atmosfera, nós somos a primeira geração a presenciar o efeito real das mudanças climáticas, e ao mesmo tempo nos leva nos bastidores dos esforços para organizar a maior manifestação climática da história do planeta durante a cúpula mundial sobre o clima da ONU em 2014.

Disponível gratuitamente no site Watch Disruption.


A Lei da Água

Filme brasileiro realizado pela Cinedelia que investiga e esclaresce questões a respeito do novo código florestal do Brasil, lei que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa e revoga o Código Florestal Brasileiro de 1965.

Esta lei gerou muita movimentação da população e ONGs do país e é estimado que 80% da população era contra a implantação da lei mas, apesar de grandes protestos e manifestações gritando “Veta, Dilma!”, Dilma vetou somente 12 pontos da lei e propôs a alteração de 32 outros artigos, e o restante foi aprovado na câmara e no senado.

Este documentário nos leva para as entranhas políticas da lei e também para conhecer o real problema da água, que ataca não só mais as regiões áridas e afastadas, mas também os grandes centro urbanos, como foi o caso de São Paulo.

O contraste entre falas políticas e opinionadas versus cientistas e pesquisadores é impressionante.

Disponível gratuitamente pela produtora, no YouTube.


Mission Blue

Documentário de 2014 que narra a história de uma das mulheres mais incríveis deste planeta: Sylvia Alice Earle. Bióloga marinha hoje com 81 anos, foi a primeira pessoa a ser nomeada pela Times Magazine como Heróis do Planeta, recebeu o TED Prize em 2009 e é celebrada no Hall da Fama das Mulheres Nacionais, dos Estados Unidos.

Sylvia mergulha, estuda e coleta dados dos nossos oceanos desde os anos 50, em 1979 ela foi a primeira mulher a caminhar no piso oceânico a 381 metros de profundidade, sendo também uma das primeiras pessoas a usar a roupa de mergulho chamada JIM, desenvolvida nos anos 70 com o âmbito de manter a pressão interna da roupa equivalente a de uma atmosfera, apesar das pressões exteriores, e assim eliminando grande parte dos perigos associados a mergulhos profundos.

Earle foi também a primeira cientista-chefe mulher do NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos), e decidiu deixar a administração no momento em que começou a sentir-se pressionada a omitir as verdades sobre as más condições dos oceanos e da vida marinha.

Em 1969, Earle se candidatou para um projeto chamado Tektite, patrocinado pela Marinha Americana e pela NASA e que enviaria uma equipe de cientistas para viver por duas semanas em um habitat fechado no fundo do oceano, 15 metros abaixo da superfície.

Sylvia já tinha mais de mil horas de pesquisa subaquática nas costas, muito mais do que quaisquer outros cientistas que se inscreveram mas, como ela mesma diz, “as pessoas encarregadas não conseguiam lidar com a ideia de homens e mulheres vivendo juntos debaixo d’água”, e por isso ela foi negada de participar.

Um ano depois, dado a sua insistência em participar, o projeto Tektite II surgiu como uma expedição de pesquisa só de mulheres e liderada pela própria Dra. Earle.

Sylvia é uma grande inspiração como pessoa e ativista, e até hoje viaja pelo mundo dando palestras, mergulhando e nos mostrando que não importa sua idade, cor, gênero e classe social, há muito trabalho a ser feito se quisermos sobreviver neste planeta água.

 

Disponível em algumas regiões para assinantes da Netflix.


Cooked

Cooked é um documentário sobre o nosso comportamento alimentar, de onde ele vem, como está no momento atual e nos faz refletir sobre como poderia ou deveria ser. Dividido em 4 episódios, este documentário é a tradução do livro de Michael Pollan de mesmo título para uma mídia diferente, como Pollan mesmo diz, ele está em uma missão para mudar a maneira como comemos, e por isso quer alcançar o maior número possível de pessoas e ir até os lugares onde estão.

Os 4 episódios são chamados de Fogo, Água, Ar e Terra, e cada tema conta a história da culinária e nos apresenta a tendência assustadora em que vivemos, onde cada vez menos pessoas tomam o tempo para cozinhar sua própria comida.

O que eu gosto no Pollan é que, mesmo ele não sendo vegetariano/vegano ou qualquer outra coisa, ele é e está disposto a fazer-nos todos conscientes do que estamos comendo e de onde essa fartura culinária vem. Para mim, esse é o valor mais profundo e mais importante que as comunidades vegetarianas e veganas compartilham: a consciência de suas escolhas alimentares. Você não tem que seguir uma dieta 100% vegana para entender seu próprio impacto e agir de forma apropriada.

Disponível em algumas regiões para assinantes da Netflix.


Cowspiracy

O que falar de Cowspiracy, filme que eu evitei com todas as minha forças durante tanto tempo pois eu sabia que nunca mais iria olhar para o consumo de carne da mesma forma depois que assistisse. Eu sabia que iria quebrar toda a minha hipocrisia e me fazer enxergar dentro de mim que eu preciso ser responsável pelo que consumo, mais especificamente, pelos hambúrgeres e bacons que eu tanto amava.

Tomei coragem, pedi uma pizza vegetariana e sentei pra assistir com o Rafa. Passamos mal, nem o queijo da pizza tinha gosto bom naquele momento.

Cowspiracy, pra mim, é um dos filmes mais importantes do nosso tempo, pois ele mostra de onde a nossa comida vem, e como ela vem, e o que acontece desde o cultivo, o abate, e até chegar na nossa mesa, no nosso maravilho banquete. E além disso, explora toda essa informação por uma perspectiva de sustentabilidade ambiental e escassez de recursos, um ângulo raramente falado e até mesmo ignorado pelas organizações e movimentos que lutam por causas climáticas e ambientais.

O soco de realidade de que gado e seus subprodutos representam, pelo menos, 32.000 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) por ano, ou 51% de todas as emissões mundiais de gases de efeito estufa. E que 2.500 litros de água são necessários para produzir meio quilo de carne. Ou que para cada meio quilo de peixe capturado, até 5 quilos de espécies marinhas são capturados sem querer e, logo, mortas por descarte.

E ainda, sendo brasileira,  saber que pelo menos 1.100 ativistas terrestres foram mortos no Brasil a sangue frio nos últimos 20 anos, incluindo Chico Mendes, pois estavam “interferindo” com a criação de gado na Amazônia.

É surreal. Assista. Assista. Assista.

Disponível em algumas regiões para assinantes do Netflix.


The human experiment

Em português, “O Experimento Humano”, esse documentário traz histórias reais de pessoas teoricamente saudáveis, que se exercitam, tem uma dieta balanceada, mas descobrem que vivem com doenças inexplicáveis, como câncer, infertilidade, ou até mesmo filhos excepcionais. A explicação para esse fenômeno moderno de doenças cada vez mais complexas é o uso incontrolado de químicos que estão em todas as nossas coisas, não somente nos alimentos industrializados ou nos vegetais crescidos a base de agrotóxicos, mas também nos nossos cosméticos, nas embalagens de produtos e até mesmo na mobília da nossa casa.

A verdade é que quantidade de químicos produzidos para todo o tipo de função ao redor do mundo e que são adicionados à mercadorias variadas é tão grande que é impossível ter uma regulamentação e fazer os devidos testes de segurança em tempo.

Nós confiamos nas empresas para nos prover todos os tipos de produtos, confiamos que eles sabem o que vai nos seus produtos e quais os efeitos que estes tem quando em contato com outros químicos ou ambientes ou com o nosso corpo, mas a verdade é que isto é uma grande mentira, e estamos tão acostumados a acreditar em propagandas e nos benefícios dos produtos de massa, e os rótulos descritivos de ingredientes são tão pequenos e complexos de se ler, que preferimos confiar e acreditar que as empresas estão fazendo as escolhas certas por nós.

Disponível em algumas regiões para assinantes do Netflix.


The True Cost

Materialismo, consumismo barato, custa caro. “O Custo Real” é um dos documentários mais esclarecedores sobre os efeitos do nosso estilo de vida atual, ou melhor, nosso estilo de nos vestirmos. É um documentário sobre as roupas que usamos, as pessoas que as fabricam e o impacto que a indústria da moda tem no nosso planeta.

Enquanto o preço das peças de vestuário diminuem a cada década, os custos humanos e ambientais têm crescido dramaticamente, e este documentário nos faz questionar: quem paga o real preço?

The True Cost nos leva em uma jornada pelo mundo para ouvir pessoas envolvidas em todos os níveis da indústria da moda, desde o desenho, o cultivo do algodão e o curtume do couro, a casa de mulheres que trabalham no chão das fábricas para ganhar menos de 1% do valor da roupa como salário para manter suas famílias em Bangladesh, India, Vietnã, China, o transporte e distribuição da matéria prima e de produtos finalizados por todo mundo, até as glamourosas passarelas.

Inclui entrevistas com os principais influenciadores da moda mundial, incluindo Stella McCartney, Livia Firth e Vandana Shiva.

Disponível em algumas regiões para assinantes do Netflix.

 

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